Chikungunya

A febre Chikungunya é uma doença viral transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus e causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. Os sinais e sintomas são muito parecidos com aqueles observados na Dengue: febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. As dores nas articulações são o principal sintoma. Ao contrário da infecção por Zika, a maioria dos indivíduos infectados por Chikungunya apresenta sintomas (70%). A doença pode evoluir para a fase subaguda e crônica. A fase crônica pode incluir manifestações neurológicas (encefalite, meningoencefalite, mielite, síndrome Guillain-Barré). Apesar de pouco comum, acomete mais crianças e idosos. A suspeita de caso acontece quando os indivíduos apresentam “febre de início súbito maior que 38,5°C e artralgia ou com artrite intensa de início agudo não explicado por outras condições, sendo residente ou tendo visitado áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do início dos sintomas ou que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado”. O período de incubação é, em média, de 3 a 7 dias. Os casos confirmados caracterizam-se por exame laboratorial positivo em algum dos seguintes exames entre casos suspeitos: isolamento viral, PCR, presença de IgM (coletado durante a fase aguda ou de convalescença). Outras formas de confirmação de caso podem ser observadas no Guia da Febre de Chikungunya: manejo clínico. Segundo informações do boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (vol 47, nº 20, 2016), desde 2015, foram notificados no Brasil 102.681 (38.332 – 2015 e 64.349 – 2016 até a semana epidemiológica 16) casos prováveis de febre de Chikungunya, sendo 13.236 casos confirmados. Além disso, 21 óbitos, pela doença, foram registrados. A infecção pelo vírus provoca consequências diversas para os indivíduos e sistema de saúde devido à sintomatologia da doença. Principalmente, devido à artralgia persistente, a produtividade e qualidade de vida dos indivíduos diminuem e a demanda por serviços de saúde aumentam. A partir da portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, a Chikungunya integra a lista de doenças de notificação compulsória.
Chikungunya - Manejo clínico
Chikungunya - Classificação de risco
Chikungunya - Procedimentos para notificação e investigação de casos suspeitos de febre.

Dengue

Doença viral, febril aguda, causada por um vírus RNA, arbovírus do gênero Flavivirus. O vírus é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti (principal vetor) e Aedes albopictus (principalmente, na região da Ásia, mas já presente nas Américas). Também foram registrados casos de transmissão vertical (gestante – bebê) e por transfusão sanguínea. A maioria das pessoas infectadas evolui sem complicações (período de incubação de 4 a 10 dias, com média de 5-6 dias), porém, uma pequena parcela evolui para a doença grave (também conhecida como Dengue hemorrágica), podendo levar à óbito. Os principais sintomas são febre alta (39 a 40ºC), com duração de 2 a 7 dias, podendo ser acompanhada de dor de cabeça, dores musculares e articulares, cansaço, dor nos olhos e problemas de pele. Os quadros graves caracterizam-se por dor abdominal intensa e contínua, dor à palpação do abdome, vômitos persistentes, acumulação de líquidos, hemorragia e alterações sanguíneas nas hemácias e plaquetas. Ao apresentar esses sintomas, a procura por serviços de saúde é fundamental. Anualmente, no mundo, estima-se 80-100 milhões de infecções por Dengue e 400.000 casos de febre hemorrágica. No Brasil, a primeira epidemia foi identificada em 1981-1982. Em 2008, a incidência de Dengue chegou a 800 casos por 100 mil habitantes. Em 2010, foram registrados 1.011.548 milhão de casos, 94,887 hospitalizações e 673 mortes devido à Dengue. O custo total da Dengue no Brasil, incluindo despesas ambulatórias, laboratoriais, hospitalares e perda de produtividade (custo indiretos) é estimado, atualmente, em R$1.061 milhões.
A partir da portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, a Dengue também integra a lista de doenças de notificação compulsória.
Dengue - Manejo clínico
Dengue - Manual de enfermagem Dengue - Classificação de risco e manejo de paciente.

Zika

é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti e identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015. A Zika pode causar manifestações neurológicas e óbitos. Existe grande possibilidade de que o aumento de casos de microcefalia em bebês seja resultante da infecção por Zika nas mulheres grávidas. O aumento expressivo de casos de microcefalia foi declarado situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN)

Veja mais informações sobre a situação epidemiológica.

Veja mais informações sobre sintomas e tratamento.

Referências a doenças relacionadas:
a) http://portalsaude.gov.br/images/pdf/2016/marco/30/dengue-manejo-adulto-crianca-5d.pdf
b) http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_manual_enfermagem.pdf
c) http://portalsaude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/27/febre-de-chikungunya-manejo-clinico-b.pdf
d) http://portalsaude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/27/Chikungunya-classificacao-risco-2014-27.11.14.pdf

A microcefalia é caracterizada por um perímetro cefálico (PC) inferior ao esperado para a idade e sexo e, dependendo de sua etiologia, pode ser associada a malformações estruturais do cérebro ou ser secundária a causas diversas.

Etiologias mais comuns para ocorrência de microcefalia

A microcefalia não tem cura. Mediante a condição, é preciso disponibilizar serviços da atenção básica, serviços especializados de reabilitação, serviços de exame e diagnóstico e serviços hospitalares, órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção.

A possível relação entre Zika e microcefalia está sendo descrita pela primeira vez na história, com base no surto que está ocorrendo no Brasil.

Veja mais informações sobre a situação epidemiológica.

A microcefalia acarreta:

A ocorrência de microcefalia, por si só, não significa incidência de alterações motoras ou mentais. Contudo, a maioria dos casos de microcefalia é acompanhada de alterações motoras e cognitivas que variam de acordo com o grau de acometimento cerebral. Em geral, as crianças apresentam atraso no desenvolvimento neuropsicomotor com acometimento motor e cognitivo relevante e, em alguns casos, as funções sensitivas também são comprometidas podendo estar acompanhada, por exemplo, de epilepsia, paralisia cerebral, retardo no desenvolvimento cognitivo, motor e fala, além de problemas de visão e audição.

Veja mais informações sobre sintomas e tratamento.
Microcefalia - Protocolo de vigilância e resposta
Evaluation of the child with microcephaly
Protocolo de atenção à saúde e resposta

Criança com microcefalia
Meninos: Circunferência da cabeça menor ou igual a 31,9cm
Meninas:Circunferência da cabeça menor ou igual a 31,5cm

Criança com tamanho da cabeça normal

Importante

A assistência às crianças com perímetro cefálico (PC) reduzido deve ser prestada independentemente da causa da microcefalia e dos critérios para definição de caso com a finalidade de vigilância epidemiológica.

Guillain-Barré

A Síndrome de Guillain-Barré é uma reação a agentes infecciosos, como vírus e bactérias, e tem como sintoma a fraqueza muscular e a paralisia dos músculos. Os sintomas começam pelas pernas, podendo, em seguida, irradiar para o tronco, braços e face. A síndrome pode apresentar diferentes graus de agressividade, provocando leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total dos quatro membros. O principal risco provocado por esta síndrome é o acometimento dos músculos respiratórios, devido à dificuldade para respirar. Nesse último caso, a síndrome pode levar à morte, caso não sejam adotadas as medidas de suporte respiratório. A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença rara e pode ser causada por Campilobacter jejuni, citomegalovírus, vírus Epstein Barr e outras infecções virais. O vírus Zika também pode provocar a Síndrome de Guillain­-Barré. No entanto, esta ocorrência e correlação continua sendo investigada. O tratamento da Síndrome de Guillain-Barré ocorre em unidade hospitalar, com serviço de neurologia.
Fonte: http://combateaedes.saude.gov.br/tira-duvidas

Para maiores informações, consultar:
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Síndrome de Guillain-Barré
Protocolo de vigilância dos casos de manifestações neurológicas com histórico de infecção viral prévia